domingo, 21 de novembro de 2010

NOTA DA CSP-CONLUTAS MARANHÃO SOBRE A REBELIÃO NA PENITENCIÁRIA DE SÃO LUÍS

A rebelião ocorrida na penitenciária de São Luís, Pedrinhas, é resultado de uma prática penal que ao longo dos anos vem se arrastando pelos sucessivos governos do estado do Maranhão, e que, além de não ser capaz de ressocializar o detento, transgride o cumprimento de quaisquer direitos humanos, levando as pessoas que ali estão a uma degeneração humana tão profunda que só poderia ter os desdobramentos barbáricos que assistimos nos últimos dias.
Uma das coisas que mais chama a atenção é o fato de mais de 60% dos que se encontram detidos nessa penitenciária estarem na faixa etária de até 24 anos. Isso tem que ser compreendido como resultado da falta de perspectiva dos jovens do nosso Estado, o que denuncia a ausência de políticas públicas que possam inibir a avalanche dessa população tão jovem para o mundo do crime.
O Maranhão tem figurado nas pesquisas como o último estado do Brasil em todos os itens que diz respeito ao desenvolvimento humano não obstante ser um estado com um imenso potencial natural e humano em prontidão. Passa por um processo de neocolonização que põe todo esse potencial na mão da exploração do capital nacional e internacional em detrimento de criar condições de vida melhores para sua população. Na verdade, os governos oligárquicos que vêm se sucedendo, neste Estado, têm se preocupado apenas em aumentar o volume de riqueza das famílias que historicamente mandam, oprimem e determinam o empobrecimento do nosso povo.
A CSP-CONLUTAS, neste momento, repudia o descaso do governo, Roseana Sarney, por não se interessar em promover uma política pública penal que possa pôr fim à constância dessas tragédias que tem ocorrido no sistema prisional do Maranhão.

São Luís, 17 de novembro de 2010

2 comentários:

  1. Caro Paulo; o problema de penitenciárias, presidiários e jovens sem perspectivas, também acontece aqui, no estado de São Paulo.
    Penso que esses problemas são de âmbito nacional, talvez venham se arrastando desde o período colonial, a educação era escassa e não era para todos. As famílias eram numerosas, para que os filhos ajudassem na lavoura. Minha sogra mesmo; era filha de colonos italianos e foi para a lavoura do café aos 7 anos de idade e freqüentou a escola só para saber ler e escrever.
    Há de se investir na educação, dando uma educação de qualidade; fazer funcionar os projetos de ressocialização e de amparo as famílias necessitadas, não apenas o assistencialismo. Agora cabe a pergunta: Quem fará isso?

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)

    Gostaria de lhe convidar para que comentasse o meu “A Cruel Vingança De Seu Ignácio”. Ok?
    http://jefhcardoso.blogspot.com de blog em blog.

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  2. Caro Jefh Cardoso,

    Pode contar comigo nesse debate, ok?

    Quanto ao seu livro, assim que tiver acesso e lê-lo, farei os comentários requeridos, está bem?

    Um abraço,

    Paulo Rios

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