quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A GUERRA URBANA NA CIDADE MARAVILHOSA: quem é que manda, afinal?

Respondendo de imediato a pergunta contida no subtítulo deste texto, o Chefe do Estado Maior da PM fluminense, o comandante Álvaro Garcia, proclamou: “estamos em guerra!"
No entanto, pelas imagens que foram exibidas ao longo desta quinta-feira, parece que ainda não dá para afirmar categoricamente que as “forças da lei e da ordem” estão no controle total, mesmo que estejam na ofensiva dessa guerra urbana na cidade da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016.
O que vimos também foram centenas de bandidos escapando da Vila Cruzeiro e se mandando para o Complexo do Alemão, território do tráfico e da bandidagem, ainda não “pacificado” pelo Estado.
Quase uma semana se passou e, no entanto, a guerra contra o narcotráfico continua cada vez mais pesada. Essa guerra está centralizada em 27 favelas que têm sofrido os confrontos entre traficantes e os órgãos de segurança. As operações militares e policiais contam com o efetivo de 17.500 soldados em prontidão, 170 homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais, o famoso BOPE, além de 80 fuzileiros navais da Marinha, fortemente preparados com carros de guerra e blindados.
Segundo várias fontes de informação, de domingo para cá, 152 prisões foram efetuadas, 36 pessoas morreram nestes cinco dias no olho do furacão dessa guerra e 30 carros incendiados na capital fluminense e em algumas cidades da área metropolitana.
A cobertura da mídia acerca dessa guerra recorreu a cenas cinematográficas dignas do famoso filme “Tropa de Elite” e impressionou muita gente com os incêndios dos carros e os tiroteios entre a polícia e os bandidos encastelados, principalmente na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão.
O resultado dessa exposição e dos eventos durante todo o dia de hoje deixou uma grande parcela da população carioca completamente amedrontada, o que fez as direções de vários órgãos públicos liberarem os seus funcionários mais cedo.
A propósito, deve ser destacado que durante todo o dia vários especialistas em segurança pública ressaltavam a postura combativa e solidária da população no que diz respeito às batalhas campais em curso o que levou, inclusive, ao aumento significativo do disque-denúncia na cidade.
Nessa mesma perspectiva, observou-se hoje um discurso oficial que afirmava a idéia de que população não deveria temer e nem se “acovardar”, mesmo estando no fogo cruzado dessa guerra urbana.
Vamos ver o que será essa longa noite na cidade maravilhosa. Será que os bandidos tomarão novamente vários espaços citadinos e deixarão somente corpos caídos no chão e dezenas de carcaças de carros, motos, ônibus, parecido com o que ocorreu na França, em 2006 e também em 2010?
Camaradas, tá na hora de dormir. Espero que as mazelas dessa nossa sociedade capitalista assimétrica não façam com que alguns pesadelos fiquem rodando em nossas cabeças e nem que a população carioca seja vítima dos narcotraficantes ou dos resquícios das famosas milícias, lembram-se?
Boa noite, boa sorte!”

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