terça-feira, 14 de dezembro de 2010

LUTA DE CLASSES NO BRASIL: para não esquecer que somos proletários e protagonistas da história

Para Marx "a luta de classes é o motor da história". Esta concepção revolucionária de interpretar a dinâmica do capital nos impõe subverter os modos analíticos vigentes nas Ciências Sociais, os quais têm deixado de lado o uso de categorias fundamentais para a compreensão das sociedades capitalistas tais como: infra-estrutura, superestrutura, aparelhos ideológicos do Estado, força de trabalho, forças produtivas, relações de produção.
O trabalho e a produção material são as bases estruturantes da história da humanidade. Os homens produzem os seus meios de existência, fabricando utensílios, trabalhando a terra, desenvolvendo técnicas e tecnologia e transmitindo-as de geração em geração. Esses utensílios circunscrevem os indivíduos em relações de produção que são a base objetiva da sua existência numa sociedade capitalista, historicamente determinada, definindo, desta forma, a divisão social do trabalho.
Dado o grau de complexidade atingido pelas forças produtivas ao longo da história, chegou-se à divisão técnica do trabalho, surgindo, por conseguinte, as bases das relações de trocas mercantis: cada um coloca no mercado aquilo que produz além do seu próprio consumo; cabe ao mercado regular a troca e a repartição das riquezas.
Numa dada sociedade capitalista, há uma separação do trabalho intelectual em relação ao trabalho manual, em vistas do aumento do nível de especialização da produção. A etapa fundamental nos termos da divisão social do trabalho é aquela em que uma parte da sociedade se apropria dos meios de produção, permitindo, desta maneira, a exploração da maioria dos indivíduos que o processo histórico separou dos meios de produção.
Vislumbra-se, então, a estruturação da sociedade de classes onde os capitalistas proprietários dos meios de produção passam a explorar os proletários que não têm outra possibilidade senão vender “sua própria pele” no dizer de Marx, ou seja, o proletariado. Este é o trabalhador “livre” da sociedade capitalista.
A exploração de classe gera necessariamente a luta de classes, principalmente sob a forma atual do capitalismo, nos marcos da hegemonia ideológica do neoliberalismo, na busca do lucro máximo, definindo, para os explorados que estes não têm outra saída senão a de lutar para avançar ou resistir bravamente para manter os direitos sociais em vigência.
Em contraposição às análises de Marx, perguntar-se-ia: mas as classes não desapareceram na nossa época? Sabemos que a consciência social recuou dramaticamente no seio das classes trabalhadoras de inúmeros países, inclusive o Brasil onde o processo de cooptação do proletariado é hegemônico e descaracteriza a natureza de classe, impondo o jugo do patrão. Esse difícil processo não está desligado das renúncias dos partidos e dos sindicatos de classe no campo teórico e ideológico.
A repartição dos indivíduos em classes sociais é um dado objetivo que resulta do fato de os capitalistas comprarem a força de trabalho e os proletários venderem-na. A consciência e a identidade de classe são um fenômeno político e ideológico que depende das relações de força na luta de classes. O recuo da consciência política da classe proletária não prova, pois, de modo nenhum, a inexistência de classes.
Determinados interesses de específicas classes e de suas respectivas frações de classe, tem a ver com as circunstâncias que fazem com que elas adquiram maior ou menor capacidade organizativa, que as levem ou não, a se transformarem em força social independente e autônoma, podendo produzir como resultado visível a construção dialética de uma nova direção política através de partidos políticos vinculados à uma ideologia de classes ou expressão da ascensão dos movimentos sociais.
Meus caros, ao que me parece, esse é o grande desafio histórico do proletariado brasileiro nesta virada da segunda década do terceiro milênio. Para avançarmos nessa quadra é preciso cerzir uma nova unidade na esquerda socialista e revolucionária. Sob essa unidade real e histórica, poderemos tornar a luta de classes no Brasil um momento de avanço e de conquistas da classe trabalhadora.
A luta te convida!

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