quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Para não esquecer as lutas e as conquistas na UEMA

TEXTO ORIGINAL DO BOLETIM DA APRUEMA, ANO 2000

APRUEMA Associação dos Professores da UEMA 244-2740

CARTA ABERTA À SOCIEDADE PELA CONSTRUÇÃO de uma UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO PÚBLICA, GRATUITA e DEMOCRÁTICA, com AUTONOMIA e SALÁRIOS DIGNOS!

A governadora Roseana Sarney não valoriza a Universidade Estadual do Maranhão e seus segmentos acadêmicos (alunos, professores e técnico-administrativos). Para os funcionários da UEMA, os últimos seis anos se traduzem no maior arrocho salarial da sua história. Os técnicos-administrativos, por exemplo, estão desde fevereiro esperando o salário de 100 dólares prometido pela governadora, com estardalhaço, em toda a imprensa nacional.

A inflação do Plano Real, de julho/1994 a outubro/2000, medida pelo INPC/IBGE, chegou a 93,02% e enquanto isso, os nossos salários tiveram reajuste negativo. Neste período, a governadora aumentou as alíquotas de desconto para o IPEM e não destinou para os nossos salários os aumentos do salário mínimo, ou de algumas categorias do funcionalismo estadual, num desrespeito ao tratamento igual que deve ser dado conforme a constituição.

Neste dia 03/12, por exemplo, a governadora Roseana Sarney anunciou um aumento para a Polícia Militar e para os técnicos de nível superior do estado. Depois de um ano, a governadora disse que vai dar os 100 dólares. E a UEMA vai ficar de fora mais uma vez?

É importante que a sociedade saiba que nosso Plano de Carreira está defasado e que recebemos hoje R$760,00 o que representa metade do que recebe um professor 40 horas do ensino médio da rede estadual. O salário base de um professor 20 horas é de R$141,11, menor que o mínimo. Essa discriminação não pode continuar! Exigimos igualdade de direitos!

Queremos construir uma Universidade para os maranhenses, que tenha a sua autonomia respeitada e que isto não seja apenas letra morta na Constituição Estadual. Afinal, em 1999, por exemplo, o governo repassou apenas 23% dos recursos orçamentários da UEMA. Esta situação não pode continuar! Para onde está indo o dinheiro da UEMA?
Realizamos, hoje, um DIA DE PARALISAÇÃO DE ADVERTÊNCIA em todos os campi da UEMA, denunciando as nossas perdas salariais de 93,02% e a negativa do governo em reajustar os nossos salários. Estamos cobrando da governadora o atendimento da pauta de reivindicações, entregue à ela e ao Reitor, em meados deste ano e não respondida até agora.

Faz-se urgente que a comunidade universitária se una em defesa do caráter público e gratuito da UEMA. A nossa vitória representará uma melhoria para todos os segmentos acadêmicos e viabilizará uma universidade com um ensino de qualidade, com pesquisas e programas de extensão voltados para a sociedade que a sustenta com os impostos.
A negativa da governadora e do Gerente Danilo Furtado em não conceder nenhum reajuste salarial para os docentes da UEMA, mesmo tendo recebido a pauta de reivindicações, é uma atitude inaceitável e terá como resposta a mobilização e a luta dos seus trabalhadores.

Lutamos pelo repasse integral do orçamento da UEMA; reposição salarial de 93,02%, incorporação da gratificação de 222%; novo Plano de Carreira; democracia verdadeira, com eleição direta em todos os níveis e nomeação do mais votado; mais laboratórios; construção do prédio das licenciaturas e mais salas em São Luís e viabilização dos prédios dos Centros no interior; mais pesquisas com ampliação dos programas de pós-graduação, com a liberação dos docentes e garantia de bolsas; não à privatização, com a garantia do PROCAD transparente, público e gratuito, bancado pelo governo estadual e municipais.

São Luís(MA), 05 de dezembro de 2000

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