domingo, 7 de março de 2010

Uma madrugada no aeroporto de São Luís: sono e cansaço extremo na periferia

Viver na periferia do sistema capitalista nos faz passar por situações típicas no que diz respeito a inúmeras questões relativas ao cotidiano dos nordestinos e nortistas, como por exemplo, utilizar os serviços das companhias aéreas de nosso país e sofrer com os seus horários de vôos para o Sul maravilha.

Sexta, 5 de março. Madrugada em São Luís. Às 2h30min o funcionário acorda os esparramados e sonolentos clientes chamando-lhe a atenção: “ladies and gentleman, informamos que o vôo com destino para o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, está com atraso. Mantenham-se acomodados à espera de novas informações”.

Nessa madrugada insone Hipnos, deus do sono Greco, nos castigou e nos torturou deixando-nos de olhos bem abertos para que não nos deixássemos dormir e, por conseguinte, não incorrer no erro de perder a chamada da comissária que nos avisa que o vôo já estava em solo, depois de mais de duas horas de atraso.

Pois bem, considerando que a logística da aviação civil não é infalível, o atraso ocorrido em São Luís do Mará levou-me a outro atraso, desta feita no grande aeroporto de Guarulhos, de onde parti para os Confins chegando, finalmente, na bela BH das Geraes com três horas de atraso.

Dia após dia, noite após noite, os clientes das empresas de aviação comercial que se deslocam de nossa capital para outras regiões e cidades do Brasil sofrem na pele e no corpo um significativo desgaste originado pelas longas e cansativas esperas para embarcar nalgum avião.

Crianças, adolescentes, adultos e idosos de várias idades são obrigadas a viajar em horários muitas vezes completamente inadequados porque as companhias oferecem, em sua maioria, apenas vôos que têm como partida as horas da madrugada, das longas madrugadas, as quais, não são madrugadas para se relaxar ou curtir algo; muito ao contrário.

O desgaste físico é nítido e às vezes demoramos a superar. Mesmo depois de dormir e descansar um pouco permanece aquela sensação de extremo cansaço e dificuldades de retomar a rotina do dia a dia.

É preciso que as empresas da aviação civil procurem alternativas para esses transtornos vividos pelos passageiros nas longas madrugadas, ampliando ainda mais as rotas, linhas e horários para os clientes nordestinos e nortistas do nosso imenso país; afinal, eles também merecem respeito na sua condição de consumidores que pagam para viajar como os demais; não importa se eles sejam do Sul maravilha ou de outras regiões do Brasil.

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