1 – Como será a participação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) nas próximas eleições de outubro no Maranhão?
Será aguerrida e crítica. Não venderá ilusões para a população. Apresentará suas propostas e bases de um programa socialista para o Maranhão com clareza e objetividade num diálogo permanente com a maioria da população que sofre as drásticas conseqüências da política neoliberal que vem sendo implantada em nosso estado sob o mando do sarneísmo e de outras facções oligárquicas.
2 – Serão quantos candidatos do partido à Assembléia Legislativa e à Câmara dos Deputados? Ao todo, são quantos candidatos do PSOL?
O PSOL-MA lançou o servidor federal (Procuradoria Regional do Trabalho) e professor da UEMA, Saulo Arcangeli, para a disputa do cargo de governador e lançou o nome do professor da Faculdade São Luís, Paulo Rios, ao Senado da República. O partido também lançou quatro candidatos ao cargo de deputado federal e dez candidatos ao cargo de deputado estadual. Ao todo, serão dezenove candidatos pelo PSOL, contando com os suplentes ao cargo de senador.
3 – O que representa no atual cenário político do Estado a candidatura de Saulo Arcangeli ao governo do Estado?
Uma verdadeira renovação na cena política maranhense, considerando a experiência na luta social e sindical que Saulo acumulou ao longo de sua militância e na própria construção do PSOL em nosso estado, quando presidiu o partido. Neste sentido, a candidatura de Saulo representa uma nova vertente de esquerda e socialista no debate entre os candidatos ao governo e uma efetiva mudança na prática política maranhense, há muito tempo repleta de oligarcas patrimonialistas e demagogos, falsos comunistas, estrelas decaídas que se repetem em enredos batidos e cansativos para amplas parcelas da sociedade.
4 – Qual sua análise da atual representação do Maranhão no Senado da República? Cafeteira? Mauro Fecury? Sarney? Edison Lobão?
Na realidade, a grande maioria da população do Maranhão nunca se sentiu ou teve uma representação no Senado que estivesse à altura dos seus direitos e de suas demandas. O quarteto Sarney, Edison Lobão, Cafeteira e Mauro Fecury ao longo de décadas têm se preocupado em defender seus próprios interesses e do grupo oligárquico que representam. Como sabemos, este grupo é o responsável pela chagas sociais que se aprofundam cada vez mais em nosso estado, vide os inúmeros indicadores sociais divulgados e do amplo conhecimento da população.
5 - O que significa a candidatura de Paulo Rios ao Senado da República?
Tem como objetivo principal reverter o que hoje o Senado representa para o nosso país: conservadorismo, nepotismo, familismo, clientelismo, escândalos, empreguismo, corrupção, etc. Nossa candidatura pretende fazer um balanço dos quase quarenta anos que a oligarquia Sarney ocupa cadeiras no Senado praticamente com o único intento de garantir seus próprios interesses, sem oferecer propostas consistentes que pudessem enfrentar as mazelas da realidade social maranhense, aprofundadas por essa mesma oligarquia e seus inúmeros aliados. Pretendemos, portanto, fazer a crítica abalizada do Senado e dos políticos que personificam esse aparato do Estado brasileiro, apresentando propostas consistentes com o programa socialista que colocamos para a apreciação da população.
6 – Um breve perfil de Paulo Rios.
Sou natural da pequena cidade de Barão de Grajaú nos sertões do nosso grande Maranhão e do convívio em Floriano (PI) nas águas do outrora imponente Rio Parnaíba. Tenho 48 anos de idade e 33 anos de militância política nas lutas estudantis secundaristas no final dos anos 70 e na UFMA, no curso de Ciências Econômicas no início da década de 80. Dos anos 80 à primeira década do século XXI ampliei a minha militância política, a exemplo do movimento popular no bairro do Vinhais e uma ampla inserção no movimento sindical, o que me levou a compor a primeira direção da CUT/MA em 1986. No contexto da Constituinte e das lutas sociais da classe trabalhadora, participei das lutas em prol da educação de qualidade e dos direitos dos professores da rede particular, da rede pública estadual básica e da Universidade Estadual do Maranhão, denunciando a responsabilidade de Roseana Sarney e de seus sucessores pelo descalabro da educação maranhense. Nos anos 90, após ingressar no Tribunal Regional do Trabalho, participei das lutas dos trabalhadores judiciários pela melhoria das condições de vida e contra o nepotismo e várias irregularidades naquele tribunal o que levou à minha demissão do TRT-MA, em março de 1995. Depois de onze anos e meio demitido, fui reintegrado ao meu cargo e retomei a minha militância na categoria tanto no sindicato de base quanto na federação nacional. No plano eleitoral, concorri ao cargo de vice-prefeito em 2000, deputado estadual em 2002 e prefeito de nossa capital em 2008. No término da década de 90, concluí o curso de graduação em História (UFMA), iniciei a minha carreira docente, fiz o mestrado em História (UFPE) e ampliei a minha qualificação acadêmica com a obtenção do título de Doutor em Políticas Públicas no ano de 2007 (UFMA).
7 - O que é importante destacar no Programa de Governo “Bases de um programa socialista para o Maranhão”?
A natureza precípua do PSOL como um partido verdadeiramente de esquerda socialista o credencia a apresentar propostas objetivas que dialoguem com o conjunto da população maranhense chamando-a para compartilhar o desafio histórico de superação da pobreza extrema, a exploração dos trabalhadores e a abissal desigualdade social em nosso estado. Na perspectiva da construção de um projeto estratégico para o Maranhão e para o Brasil, o PSOL tem consciência de seu papel de revolucionar e ultrapassar a sociedade capitalista.
8 - Por que o PSOL preferiu não coligar com nenhum outro partido, para estas próximas eleições?
Na realidade, nós tentamos por cerca de dois meses construir uma versão da Frente de Esquerda com a participação do PSOL, PSTU e do PCB. Lamentavelmente, por razões diversas localizadas no interior de cada um dos partidos mencionados, não foi possível oferecer para a população maranhense uma ampla alternativa e socialista para estas eleições de 2010. Como resultado do debate entre os três partidos, ficou a criação de uma frente anticapitalista no cotidiano das lutas sociais do Maranhão.
9 – Qual a posição do PSOL do Maranhão em relação à sucessão presidencial?
O mais amplo apoio e engajamento na candidatura do nosso querido e combativo camarada Plínio Sampaio, nosso candidato à presidente da república pelo PSOL, tendo como candidato a vice-presidente o camarada Hamilton Assis, militante do Movimento Negro Unificado e professor municipal em Salvador-BA. A posição política do PSOL, através da candidatura de Plínio será o combate conseqüente para mostrar que o Brasil não merece assistir essa falsa polarização do mesmo programa neoliberal entre os irmãos-siameses tucanos e petistas. Afinal, o PSOL se coloca como uma alternativa socialista e de ruptura com o sistema capitalista.
10 - Como Paulo Rios avalia as demais candidaturas ao Senado: Lobão, João Alberto, Vidigal, Zé Reinaldo, Roberto Rocha, Noleto, etc.?
Edison Lobão, político conservador oriundo da Ditadura Militar e cria de Sarney desde 1979 quando se elegeu deputado federal e 1987 quando assumiu uma cadeira no Senado. Em 1990 se elegeu governador e com seu filho-suplente criaram várias lendas no imaginário popular de fortunas e enriquecimento nestes últimos vinte anos, o que o levou a se tornar mais um dos coronéis eletrônicos do Maranhão. Lobão quer se perpetuar no Senado da República. Esse é o seu único projeto. Em sua carreira, em geral, sempre esteve contra os direitos e interesses dos trabalhadores e servidores públicos.
João Alberto em seu único e pífio mandato no Senado se revelou como ele é: um quadro político fiel ao sarneísmo e bate-estaca do governo-tampão que fez no início dos anos 90 no contexto da famosa Operação Tigre. Ejetado da sua confortável cadeira de vice-governador, agora tenta se agarrar novamente no Senado depois da incrível aliança do petismo com o sarneísmo.
Edson Vidigal, mais uma cria do Sarney, depois de alguns anos à sombra do oligarca-mor resolveu “romper” com seu criador, saiu da estrutura do Judiciário Federal e se aventurou no palco da política com as bênçãos e o financiamento da outra cria do Sarney, o ex-governador José Reinaldo. Vidigal em pouco tempo já transitou em aparelhos partidários distintos e ao que parece, procura se consolidar no quadro político maranhense com essa candidatura ao Senado, mesmo com a concorrência direta de Roberto Rocha e José Reinaldo. Como diz o adágio popular “o futuro a Deus pertence!”.
José Reinaldo literalmente foi criado por Sarney de quem recebeu mimos e cargos e influência ao longo de sua vida sob o sarneísmo. O estrepitoso rompimento em 2004 levou-o a uma posição figadal contra o seu criador e sua rebenta, Roseana. Sua candidatura ao Senado tem vários significados tais como conseguir a famosa imunidade parlamentar em face de inúmeros processos judiciais oriundos de operações da Polícia Federal, amplamente divulgados. Talvez, se manter no cenário político oligárquico buscando consolidar o que já seria a sua própria facção.
Roberto Rocha, um dos novos coronéis da mídia regional, faz jus à sina do sarneísmo e faz uma arriscada aposta ao abandonar uma provável reeleição para a Câmara dos Deputados e se lançar ao Senado. Pode-se destacar também o aspecto subjetivo dessa candidatura no que diz respeito à configuração de uma disputa indireta, nesse momento, pelo domínio da política oligárquica maranhense entre Rocha e o deputado Flávio Dino.
O camarada Noleto já disse que sua prioridade será a proclamação e o debate acerca da necessidade de por fim ao Senado da República, na medida em que estes aparatos não representam os interesses da população.
11 – Como Paulo Rios avalia a candidatura da governadora Roseana Sarney à reeleição?
O que Roseana Sarney quer em 2010 é simples: manter os dutos que levam às transferências do dinheiro público para os cofres privados da Oligarquia e de seus imensos ralos na lógica do patrimonialismo e do enriquecimento ilícito da família Sarney e de seus áulicos, conforme as inúmeras denúncias comprovadas. A falsa idéia de que “governar é cuidar das pessoas” sucumbe completamente nesse ambiente de cenários high tech ilusórios e mistificadores. Roseana não tem nada para oferecer. Joga todas as suas fichas na aliança com o PT do Maranhão, numa tentativa desesperada de tentar salvar sua reeleição, criando uma espécie de capa protetora e esperando os afagos e ofertas de Lula da Silva.
12 – E as candidaturas ao governo de Jackson Lago, Flávio Dino, Marcos Silva, etc.?
Jackson Lago acabou sendo vítima do seu próprio veneno, qual seja, “libertar o Maranhão” com os políticos vinculados umbilicalmente ao sarneísmo. Claro que isto não poderia dar certo. O fato insofismável é que no afã de chegar ao poder a qualquer preço, Jackson recebeu graciosamente os milhões do cofre palaciano através de convênios a esmo. Com o poder em suas mãos se tornou um tirano ao atacar duramente os servidores públicos impondo a famosa Lei do Cão num total desrespeito à população maranhense. Após sua cassação, sobrou para Jackson Lago o discurso da vitimização que poderá ou não ecoar no processo eleitoral. Neste caso, na dialética eleitoral talvez prevaleça não o governador “vítima”, mas o conjunto da população que sofreu as agruras do pífio mandato de Jackson.
Flávio Dino, legítimo representante de um dos clãs proeminentes do sarneísmo desde sempre, se coloca no imaginário político maranhense como uma espécie de pré-Sarney. Ao sair da função judicante fez a sua escolha: buscou os célebres coronéis para chegar ao parlamento. O método é muito parecido com o do velho Sarney, ou seja, Dino vive se escondendo atrás desses apoios. É evidente que o deputado não mudará o Maranhão se aliando organicamente com os mesmos oligarcas de plantão, com os mesmos acólitos que sempre estão nos aparelhos estatais como uma espécie de repetição farsesca da história. O “novo” envelhece rápido e a Oligarquia alimenta e também devora os seus próprios rebentos. Quem viver verá.
Marcos Silva, campeão das disputas eleitorais na esquerda maranhense, cumprirá mais uma vez o seu papel histórico, levantando as bandeiras de seu partido e fazendo o bom debate na eleição.
Será aguerrida e crítica. Não venderá ilusões para a população. Apresentará suas propostas e bases de um programa socialista para o Maranhão com clareza e objetividade num diálogo permanente com a maioria da população que sofre as drásticas conseqüências da política neoliberal que vem sendo implantada em nosso estado sob o mando do sarneísmo e de outras facções oligárquicas.
2 – Serão quantos candidatos do partido à Assembléia Legislativa e à Câmara dos Deputados? Ao todo, são quantos candidatos do PSOL?
O PSOL-MA lançou o servidor federal (Procuradoria Regional do Trabalho) e professor da UEMA, Saulo Arcangeli, para a disputa do cargo de governador e lançou o nome do professor da Faculdade São Luís, Paulo Rios, ao Senado da República. O partido também lançou quatro candidatos ao cargo de deputado federal e dez candidatos ao cargo de deputado estadual. Ao todo, serão dezenove candidatos pelo PSOL, contando com os suplentes ao cargo de senador.
3 – O que representa no atual cenário político do Estado a candidatura de Saulo Arcangeli ao governo do Estado?
Uma verdadeira renovação na cena política maranhense, considerando a experiência na luta social e sindical que Saulo acumulou ao longo de sua militância e na própria construção do PSOL em nosso estado, quando presidiu o partido. Neste sentido, a candidatura de Saulo representa uma nova vertente de esquerda e socialista no debate entre os candidatos ao governo e uma efetiva mudança na prática política maranhense, há muito tempo repleta de oligarcas patrimonialistas e demagogos, falsos comunistas, estrelas decaídas que se repetem em enredos batidos e cansativos para amplas parcelas da sociedade.
4 – Qual sua análise da atual representação do Maranhão no Senado da República? Cafeteira? Mauro Fecury? Sarney? Edison Lobão?
Na realidade, a grande maioria da população do Maranhão nunca se sentiu ou teve uma representação no Senado que estivesse à altura dos seus direitos e de suas demandas. O quarteto Sarney, Edison Lobão, Cafeteira e Mauro Fecury ao longo de décadas têm se preocupado em defender seus próprios interesses e do grupo oligárquico que representam. Como sabemos, este grupo é o responsável pela chagas sociais que se aprofundam cada vez mais em nosso estado, vide os inúmeros indicadores sociais divulgados e do amplo conhecimento da população.
5 - O que significa a candidatura de Paulo Rios ao Senado da República?
Tem como objetivo principal reverter o que hoje o Senado representa para o nosso país: conservadorismo, nepotismo, familismo, clientelismo, escândalos, empreguismo, corrupção, etc. Nossa candidatura pretende fazer um balanço dos quase quarenta anos que a oligarquia Sarney ocupa cadeiras no Senado praticamente com o único intento de garantir seus próprios interesses, sem oferecer propostas consistentes que pudessem enfrentar as mazelas da realidade social maranhense, aprofundadas por essa mesma oligarquia e seus inúmeros aliados. Pretendemos, portanto, fazer a crítica abalizada do Senado e dos políticos que personificam esse aparato do Estado brasileiro, apresentando propostas consistentes com o programa socialista que colocamos para a apreciação da população.
6 – Um breve perfil de Paulo Rios.
Sou natural da pequena cidade de Barão de Grajaú nos sertões do nosso grande Maranhão e do convívio em Floriano (PI) nas águas do outrora imponente Rio Parnaíba. Tenho 48 anos de idade e 33 anos de militância política nas lutas estudantis secundaristas no final dos anos 70 e na UFMA, no curso de Ciências Econômicas no início da década de 80. Dos anos 80 à primeira década do século XXI ampliei a minha militância política, a exemplo do movimento popular no bairro do Vinhais e uma ampla inserção no movimento sindical, o que me levou a compor a primeira direção da CUT/MA em 1986. No contexto da Constituinte e das lutas sociais da classe trabalhadora, participei das lutas em prol da educação de qualidade e dos direitos dos professores da rede particular, da rede pública estadual básica e da Universidade Estadual do Maranhão, denunciando a responsabilidade de Roseana Sarney e de seus sucessores pelo descalabro da educação maranhense. Nos anos 90, após ingressar no Tribunal Regional do Trabalho, participei das lutas dos trabalhadores judiciários pela melhoria das condições de vida e contra o nepotismo e várias irregularidades naquele tribunal o que levou à minha demissão do TRT-MA, em março de 1995. Depois de onze anos e meio demitido, fui reintegrado ao meu cargo e retomei a minha militância na categoria tanto no sindicato de base quanto na federação nacional. No plano eleitoral, concorri ao cargo de vice-prefeito em 2000, deputado estadual em 2002 e prefeito de nossa capital em 2008. No término da década de 90, concluí o curso de graduação em História (UFMA), iniciei a minha carreira docente, fiz o mestrado em História (UFPE) e ampliei a minha qualificação acadêmica com a obtenção do título de Doutor em Políticas Públicas no ano de 2007 (UFMA).
7 - O que é importante destacar no Programa de Governo “Bases de um programa socialista para o Maranhão”?
A natureza precípua do PSOL como um partido verdadeiramente de esquerda socialista o credencia a apresentar propostas objetivas que dialoguem com o conjunto da população maranhense chamando-a para compartilhar o desafio histórico de superação da pobreza extrema, a exploração dos trabalhadores e a abissal desigualdade social em nosso estado. Na perspectiva da construção de um projeto estratégico para o Maranhão e para o Brasil, o PSOL tem consciência de seu papel de revolucionar e ultrapassar a sociedade capitalista.
8 - Por que o PSOL preferiu não coligar com nenhum outro partido, para estas próximas eleições?
Na realidade, nós tentamos por cerca de dois meses construir uma versão da Frente de Esquerda com a participação do PSOL, PSTU e do PCB. Lamentavelmente, por razões diversas localizadas no interior de cada um dos partidos mencionados, não foi possível oferecer para a população maranhense uma ampla alternativa e socialista para estas eleições de 2010. Como resultado do debate entre os três partidos, ficou a criação de uma frente anticapitalista no cotidiano das lutas sociais do Maranhão.
9 – Qual a posição do PSOL do Maranhão em relação à sucessão presidencial?
O mais amplo apoio e engajamento na candidatura do nosso querido e combativo camarada Plínio Sampaio, nosso candidato à presidente da república pelo PSOL, tendo como candidato a vice-presidente o camarada Hamilton Assis, militante do Movimento Negro Unificado e professor municipal em Salvador-BA. A posição política do PSOL, através da candidatura de Plínio será o combate conseqüente para mostrar que o Brasil não merece assistir essa falsa polarização do mesmo programa neoliberal entre os irmãos-siameses tucanos e petistas. Afinal, o PSOL se coloca como uma alternativa socialista e de ruptura com o sistema capitalista.
10 - Como Paulo Rios avalia as demais candidaturas ao Senado: Lobão, João Alberto, Vidigal, Zé Reinaldo, Roberto Rocha, Noleto, etc.?
Edison Lobão, político conservador oriundo da Ditadura Militar e cria de Sarney desde 1979 quando se elegeu deputado federal e 1987 quando assumiu uma cadeira no Senado. Em 1990 se elegeu governador e com seu filho-suplente criaram várias lendas no imaginário popular de fortunas e enriquecimento nestes últimos vinte anos, o que o levou a se tornar mais um dos coronéis eletrônicos do Maranhão. Lobão quer se perpetuar no Senado da República. Esse é o seu único projeto. Em sua carreira, em geral, sempre esteve contra os direitos e interesses dos trabalhadores e servidores públicos.
João Alberto em seu único e pífio mandato no Senado se revelou como ele é: um quadro político fiel ao sarneísmo e bate-estaca do governo-tampão que fez no início dos anos 90 no contexto da famosa Operação Tigre. Ejetado da sua confortável cadeira de vice-governador, agora tenta se agarrar novamente no Senado depois da incrível aliança do petismo com o sarneísmo.
Edson Vidigal, mais uma cria do Sarney, depois de alguns anos à sombra do oligarca-mor resolveu “romper” com seu criador, saiu da estrutura do Judiciário Federal e se aventurou no palco da política com as bênçãos e o financiamento da outra cria do Sarney, o ex-governador José Reinaldo. Vidigal em pouco tempo já transitou em aparelhos partidários distintos e ao que parece, procura se consolidar no quadro político maranhense com essa candidatura ao Senado, mesmo com a concorrência direta de Roberto Rocha e José Reinaldo. Como diz o adágio popular “o futuro a Deus pertence!”.
José Reinaldo literalmente foi criado por Sarney de quem recebeu mimos e cargos e influência ao longo de sua vida sob o sarneísmo. O estrepitoso rompimento em 2004 levou-o a uma posição figadal contra o seu criador e sua rebenta, Roseana. Sua candidatura ao Senado tem vários significados tais como conseguir a famosa imunidade parlamentar em face de inúmeros processos judiciais oriundos de operações da Polícia Federal, amplamente divulgados. Talvez, se manter no cenário político oligárquico buscando consolidar o que já seria a sua própria facção.
Roberto Rocha, um dos novos coronéis da mídia regional, faz jus à sina do sarneísmo e faz uma arriscada aposta ao abandonar uma provável reeleição para a Câmara dos Deputados e se lançar ao Senado. Pode-se destacar também o aspecto subjetivo dessa candidatura no que diz respeito à configuração de uma disputa indireta, nesse momento, pelo domínio da política oligárquica maranhense entre Rocha e o deputado Flávio Dino.
O camarada Noleto já disse que sua prioridade será a proclamação e o debate acerca da necessidade de por fim ao Senado da República, na medida em que estes aparatos não representam os interesses da população.
11 – Como Paulo Rios avalia a candidatura da governadora Roseana Sarney à reeleição?
O que Roseana Sarney quer em 2010 é simples: manter os dutos que levam às transferências do dinheiro público para os cofres privados da Oligarquia e de seus imensos ralos na lógica do patrimonialismo e do enriquecimento ilícito da família Sarney e de seus áulicos, conforme as inúmeras denúncias comprovadas. A falsa idéia de que “governar é cuidar das pessoas” sucumbe completamente nesse ambiente de cenários high tech ilusórios e mistificadores. Roseana não tem nada para oferecer. Joga todas as suas fichas na aliança com o PT do Maranhão, numa tentativa desesperada de tentar salvar sua reeleição, criando uma espécie de capa protetora e esperando os afagos e ofertas de Lula da Silva.
12 – E as candidaturas ao governo de Jackson Lago, Flávio Dino, Marcos Silva, etc.?
Jackson Lago acabou sendo vítima do seu próprio veneno, qual seja, “libertar o Maranhão” com os políticos vinculados umbilicalmente ao sarneísmo. Claro que isto não poderia dar certo. O fato insofismável é que no afã de chegar ao poder a qualquer preço, Jackson recebeu graciosamente os milhões do cofre palaciano através de convênios a esmo. Com o poder em suas mãos se tornou um tirano ao atacar duramente os servidores públicos impondo a famosa Lei do Cão num total desrespeito à população maranhense. Após sua cassação, sobrou para Jackson Lago o discurso da vitimização que poderá ou não ecoar no processo eleitoral. Neste caso, na dialética eleitoral talvez prevaleça não o governador “vítima”, mas o conjunto da população que sofreu as agruras do pífio mandato de Jackson.
Flávio Dino, legítimo representante de um dos clãs proeminentes do sarneísmo desde sempre, se coloca no imaginário político maranhense como uma espécie de pré-Sarney. Ao sair da função judicante fez a sua escolha: buscou os célebres coronéis para chegar ao parlamento. O método é muito parecido com o do velho Sarney, ou seja, Dino vive se escondendo atrás desses apoios. É evidente que o deputado não mudará o Maranhão se aliando organicamente com os mesmos oligarcas de plantão, com os mesmos acólitos que sempre estão nos aparelhos estatais como uma espécie de repetição farsesca da história. O “novo” envelhece rápido e a Oligarquia alimenta e também devora os seus próprios rebentos. Quem viver verá.
Marcos Silva, campeão das disputas eleitorais na esquerda maranhense, cumprirá mais uma vez o seu papel histórico, levantando as bandeiras de seu partido e fazendo o bom debate na eleição.
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